quarta-feira, 14 de setembro de 2011

30 anos de história da área de Japonês da UnB (1981-2011)


- Texto: Departamento da UnB de Letras Japonês.

    Em maio de 1979, representantes da Embaixada do Japão e da Universidade de Brasília iniciaram conversações com vistas a introduzir aulas de japonês na UnB. Dois anos depois a professora ALICE TAMIE JOKO começou a ensinar japonês nessa universidade com o aporte financeiro da Fundação Japão. Os primeiros cursos foram ofertados no Programa de Extensão. Passado apenas um ano, no entanto, o extinto Departamento de Letras e Linguística (LEL) protocolou pedido de criação de quatro disciplinas curriculares de língua japonesa junto ao Decanato de Ensino e Graduação. Com isto, duas turmas de Língua Japonesa 1 puderam ser ofertadas no segundo semestre de 1983.

     Até a contratação da professora Alice para o quadro permanente da UnB, em 1986, o número de disciplinas oferecidas foi-se ampliando a cada ano. Por iniciativa dos próprios estudantes, surgiu em 1984 o Tanoshii Tori, coral de alunos interessados em cantar no idioma japonês. Este coral manteve uma intensa agenda de apresentações dentro e fora de Brasília por vários anos até ser extinto.

     Após a contratação da professora Alice, o LEL solicitou que a Fundação Japão mantivesse seu programa de auxílio, Institutional Project Support Program, o que garantiu a colaboração do professor MARCUS VINÍCIUS MARQUES. Mais dois níveis de língua foram criados, perfazendo assim seis níveis de língua e dois de cultura japonesa. Em 1992, o Departamento aprovou a segunda vaga para a Área de Japonês e a realização de concurso. Pouco depois a professora MEGUMI KUYAMA foi contratada e, com a renovação do auxílio financeiro da Fundação Japão, o professor RONAN ALVES PEREIRA substituiu o professor Marcus Vinícius, de 1994 a 1997. Com a abertura do curso noturno de Letras-Japonês, em março de 1997, o professor Ronan passou para o quadro permanente do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução (LET), tendo em vista que havia sido aprovado no concurso de 1992. Logo a seguir, a professora CÉLIA MITIE TAMURA TANNO foi incorporada à Área com o apoio da Fundação Japão.

     Com a restrição governamental à contratação de novos professores nas universidades federais, a Área de Japonês contou sistematicamente com a colaboração de professores-substitutos para cobrir o fluxo de disciplinas que oferecia (curriculares, optativas e de extensão). Tendo em vista que o projeto de criação da habilitação Letras-Japonês aprovado no CEPE previa a contratação de nove professores, a Área ganhou mais uma vaga com o falecimento súbito da professora Megumi Kuyama em 2002, permitindo a contratação do professor SACHIO NEGAWA neste mesmo ano. Pouco depois, a professora HARUKA NAKAYAMA, que já pertencia ao Departamento de Ciências da Informação e Documentação da UnB, foi transferida para o LET, ajudando a compor o quadro da Área de Japonês. Em 2003, a professora YUKO TAKANO foi contratada após ser aprovada em concurso. No ano seguinte, foi a vez do professor YUKI MUKAI passar para o quadro.


      No curso, uma considerável parcela dos alunos vem de fora do DF, principalmente das regiões Centro-Oeste e Nordeste, em busca dessa formação. Segundo o levantamento feito em 2003 pelo Centro de Língua Japonesa de São Paulo da Fundação Japão, a UnB é a instituição brasileira de ensino superior com maior número de alunos no curso de Japonês. Em outubro de 2009, 395 alunos estudavam japonês nesta universidade. A administração da UnB, ciente da importância do curso, permitiu a realização de concursos públicos para suprir a necessidade de corpo docente para a Área de Japonês, aproveitando o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) do MEC.

     Em 2009, dois concursos públicos permitiram a contratação dos professores TAE SUZUKI, KYOKO SEKINO e FAUSTO PINHEIRO PEREIRA para o LET, e da professora DONATELLA NATILI para o Departamento de Teoria Literária e Literaturas (TEL). Uma das vagas foi decorrência do falecimento da professora Haruka em 13/02/2007.
Durante os 30 anos de sua história, o Programa de Japonês tem feito contribuição considerável para a comunidade universitária e o público externo. Desde 1983 o Programa tem oferecido disciplinas para alunos de todos os departamentos da UnB que quiserem estudar a língua japonesa como matéria optativa ou de módulo-livre. Isto também tem contribuído para que os alunos de diversas áreas de conhecimento solicitem bolsas de pesquisa ou de pós-graduação no Japão. Alguns deles, ao retornarem, optam pela carreira acadêmica e atualmente há professores titulados no Japão em diversos departamentos da UnB. Importante ainda registrar que alguns ex-alunos da UnB optam por dar aulas nas universidades japonesas, contribuindo para um maior intercâmbio acadêmico entre a UnB e essas instituições. Entre aqueles que optaram por outras carreiras ao retornarem para o DF, há diplomatas, professores de instituições comunitárias ou privadas de ensino superior, oficiais de chancelaria do Itamaraty, pesquisadores e consultores de órgãos públicos, entre outros.

     Dentro da UnB, a Área de Japonês ainda dá apoio ao Núcleo de Estudos Asiáticos (NEASIA/CEAM) e ao programa permanente de extensão “UnB Idiomas”. A Área também tem organizado eventos como festivais de cinema e música, mostras culturais, seminários, palestras e congressos.

     Por três ocasiões --em 2000, 2005 e 2010--, os professores de japonês organizaram com sucesso os congressos “Encontro Nacional de Professores Universitários de Língua, Literatura e Cultura Japonesa” e “Congresso Internacional de Estudos Japoneses no Brasil”. Eles contribuem também para a disseminação da língua japonesa junto à comunidade externa à UnB, através de oficinas e cursos de treinamento para professores de japonês. A partir de março de 2011 a Área de Japonês da UnB tem feito o treinamento dos novos professores de japonês dos Centros Interescolares de Língua (CIL), da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.

     Em julho de 2010, o trabalho da Área de Japonês foi reconhecido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, que a agraciou com o Diploma de Honra.

Área Interna do CALET
Licenciatura em Japonês:
 
    Sendo curso de licenciatura, implica necessariamente em integrar a psicologia, a pedagogia e as disciplinas específicas da matéria como objeto de ensino. As competências gerais e habilidades específicas, como o domínio do uso da língua japonesa, nas suas manifestações oral ou escrita, em termos de recepção e produção de textos, são desenvolvidas durante a formação e, inclui, também aquelas necessitadas para o ensino além dos muros da escola formal. Um exemplo é a formação de professores com habilidade de percepção de diferentes contextos interculturais capazes de atuar no ensino de japonês como meio de preservação da cultura para as escolas mantidas pela comunidade nipo-brasileira .

    Outro é a de profissionais que possam ajudar as crianças nipo-brasileiras no Japão. Essas crianças têm problemas de inserção na sociedade japonesa devido à deficiência de conhecimento da língua japonesa, mas não encontram professores falantes da sua língua materna com formação sólida no ensino de japonês. Para que se possam alcançar efetivamente esses objetivos, o projeto apresenta, na parte teórica, as disciplinas que tratam de sociedade e cultura japonesa bem como de língua e identidade. Na parte prática, busca as possibilidades de vivência dos licenciandos no Japão. O curso de japonês da UnB é o curso que detém maior número de alunos que conseguem bolsas de estudos no Japão, de todos os cursos da mesma natureza existentes no país.
 
O grupo do projeto "Japão: O Fim Ou Um Novo Começo?" pretende visitar a UnB no mês de outubro para conhecer mais o curso de Japonês. Queremo agradecer ao professor Yuki Mukai pelo apoio ao projeto. Confira um link abaixo um matérial cedido pelo professor ao projeto: Clique Aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário