Naoto Kan |
TÓQUIO, Japão — O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, afirmou nesta terça-feira que a crise nuclear de Fukushima está sendo controlada segundo o calendário fixado até janeiro, graças aos avanços conquistados nos últimos meses. "Nos dirigimos a uma saída do estado de crise grave", comemorou o impopular primeiro-ministro de centro-esquerda.
O governo e a companhia Tepco, que administra a central nuclear de Fukushima, confirmaram nesta terça-feira a conclusão da primeira etapa do calendário de estabilização dos seis reatores da central. Quatro deles ficaram gravemente danificados devido ao potente terremoto e o posterior tsunami de 11 de março.
O poder executivo e a companhia trabalham há várias semanas em um sistema de refrigeração do combustível nuclear. O objetivo é estabilizar até janeiro a temperatura dos reatores em menos de 100 graus Celsius. Na primeira fase, a Tepco pôs em funcionamento um centro de descontaminação das águas radioativas, empregadas de forma urgente nas primeiras semanas com o objetivo de esfriar os reatores.
A operação é, no entanto, muito difícil, devido à grande quantidade de substâncias radioativas que o imenso volume de água tratada contém. No início de agosto espera-se a entrada em funcionamento de um sistema suplementar para acelerar a operação.
As autoridades prometem se focar na redução da radioatividade na região. O governo também garantiu que vai financiar com 78,2 bilhões de ienes (990 milhões de dólares) um programa de saúde para vigiar a exposição à radiação de todos os residentes de Fukushima. O desastre provocou a evacuação de mais de 80 mil pessoas que residiam em um raio de 20 km ao redor da central. O Governo japonês também anunciou nesta terça-feira a proibição da venda de carne de gado criado em Fukushima, quatro meses após o acidente nuclear na região.
De acordo com informações, cerca de 650 animais, em sua maioria criados nesta província, foram alimentados com feno contaminado com césio radioativo e vendidos em todo o país, o que gerou um alarme entre os consumidores. "Demos ordem ao governador de Fukushima para parar com as vendas na região", afirmou Yukio Edano, porta-voz do Governo.
Provocado pelos terremoto e tsunami gigantes que destruíram a região, o acidente nuclear da central de Fukushima Daiichi - o mais grave já registrado no mundo desde Chernobyl, em 1986 - causou o vazamento de resíduos radioativos para a atmosfera, solo e águas ao redor da usina.
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