segunda-feira, 11 de julho de 2011

Vítima do tsunami no Japão volta para o Brasil e tenta a sorte no Topa ou Não Topa


No palco com ela, estarão: a irmã de Nelson, Mary; o primo Ilton e a prima Maria Tereza.

    Em março deste ano, Roseli perdeu tudo no tsunami ocorrido no Japão, por isso, precisa recomeçar do zero e o Topa ou Não Topa foi uma das soluções pensadas pela família. Roberto Justus recebe na próxima segunda-feira, 11 de julho, às 23h, Roseli Tacashi de 41 anos.

     Roseli nasceu em São Paulo, seu pai é japonês e sua mãe descendente de japoneses. Seu pai veio para o Brasil ainda criança pois queriam tentar uma vida melhor. A infância de Roseli foi tranquila, sempre viveu com pouco e batalhou bastante. Quando criança vendia frutas na feira. Aos 12 anos começou a vender pastel na barraca de uns amigos, pela manhã trabalhava e a tarde frequentava a escola pública. Como a escola fazia muitas greves, Roseli parou de estudar. Nessa época, conheceu Nelson, que ia sempre comer pastel na barraca de Roseli. A paquera deu certo e começaram a namorar. Em outubro de 1992, foram tentar a vida no Japão. Instalaram-se na cidade de Onagawa e começaram a trabalhar em uma fábrica de pescados. Como o trabalho era pesado, começaram a ter problemas de saúde e resolveram mudar de ramo e cidade. Foi nessa época que Roseli engravidou e precisou parar de trabalhar. A cidade era perigosa e tiveram que voltar para Onagawa.

     O dia 11 de março deste ano foi um dia muito difícil para o Japão. Roseli foi trabalhar normalmente quando a tarde sentiu o primeiro tremor. No decorrer da noite, os tremores ficaram cada vez mais fortes. Roseli pensou em sua filha e então decidiu sair, queria pegar o carro e ir embora. Foi aí que começaram a dizer que a água estava chegando e chegou muito rápido, teve gente que foi levada. A água estava na cintura, mas Roseli conseguiu chegar na escada. Eles subiram para o teto da fábrica, de lá viam o mar e foi então que veio a segunda onda, devastadora, destruindo tudo. “Não tínhamos para onde ir, nos abraçamos e rezávamos. Achei que era o fim, um pesadelo”, conta Roseli.

     “Clareou o dia e só tinha barro, tudo destruído, conseguimos madeira para fazer fogueira, nos alimentávamos de bolacha e enlatados que o mar trazia, quebrávamos máquinas de salgados e refrigerantes. Depois de dois dias, decidimos que iríamos atrás das nossas famílias e precisávamos ser fortes". Roseli andou por 4 horas beirando o trilho do trem até chegar em sua cidade, foi direto para a escola da filha e a encontrou viva e bem. Depois de alguns minutos chegou Nelson. Foi um reencontro de muitos abraços e beijos.

        Com ajuda do consulado, voltaram para o Brasil. Não trouxeram nada, apenas as memórias guardadas no coração. Se ganhar o prêmio máximo, quer reconstruir sua vida.

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