Estátua é encontrada em meio a destroços em Sendai, na província de Miyagi, após o tsunami no Japão |
UOL Notícias
Montanhas de carros, geladeiras, roupas, aparelhos de ar condicionado e pedaços de madeira, aço e vidro. Na pequena cidade de Minamisanriku, uma das mais devastadas pelo terremoto seguido de tsunami que assolou o nordeste do Japão em 11 de março, os escombros se acumulam e são o principal dilema a ser enfrentado pelos próximos anos. Segundo estimativas, entre 650 mil e 700 mil toneladas de entulho se acumula na região. E o país não sabe como se livrar dele.
Os entulhos cobrem 10 km² do vilarejo de pescadores que perdeu 9.500 pessoas na tragédia, metade de seus habitantes, segundo o MSNBC. Com o mercado de pesca praticamente extinto, os trabalhadores foram contratados para ajudar na limpeza e remoção do lixo, uma operação que deve custar US$ 27,5 milhões, segundo as autoridades locais.
Pôr-do-sol em Ishinomaki, na província de Miyagi, devastada pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março no Japão |
A ideia é queimar cerca de 50% do material, mas o governo de Miyagi, província onde está localizado o vilarejo, também estima usar como aterro as ilhas vizinhas de Matsushima – consideradas um dos lugares mais paradisíacos do Japão. Reciclar uma parte está nos planos, embora a água salgada do mar dificulte a tarefa de determinar a quantidade a ser utilizada neste processo.
Takashi Abe, encarregado de uma das 20 empresas contratadas para a coleta dos escombros em Minamisanriku, afirmou que já foram removidas de 200 mil a 300 mil toneladas de detritos, o que representa de 30% a 45% do total. O governo local, no entanto, acredita que apenas 10% dos destroços foram retirados. Em junho, com a chegada do verão no país, os esforços de reconstrução serão redobrados pela chuva, que deve agravar os problemas de mau cheiro e insetos.
Otimista, Abe acredita que em até cinco anos o vilarejo estará pronto. Mas ninguém sabe ao certo quando a população conseguirá se reerguer de uma das piores tragédias do Japão, que deixou mais de 15 mil mortos e 7 mil desaparecidos.
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