Arquiteto Sarkis Kaloustian falou sobre técnica e arte dos jardins
Por Henrique J. Minatogawa da redação do site Made in Japan
O arquiteto Sarkis Kaloustian viveu quatro anos em Kyoto, como bolsista do governo japonês e do Rotary Clube de Kameoka. Nessa oportunidade, pesquisou a arquitetura contemporânea e tradicional, e os jardins japoneses. Como fruto dessa experiência, Kaloustian escreveu o livro Jardim Japonês: A Magia dos Jardins de Kyoto, que foi a base para a palestra que aconteceu no dia 21 de junho no Kohii Café, em São Paulo.
No início, Kaloustian falou sobre a arquitetura tradicional e moderna, utilizando imagens de Osaka e Kyoto, ambas localizadas na região de Kansai, ao centro-oeste do Japão. Em seguida, explicou como a geografia de Kyoto proporciona condições especiais para a criação de jardins ímpares. Boa parte de Kansai fica em um planalto, cercada por uma cadeia de montanhas, o que faz com que o clima seja mais estável. Como exemplo, Kaloustian citou a tentativa frustrada de transportar o musgo de um jardim de Kyoto para Tóquio.
Muitos jardins no Japão foram destruídos nas guerras civis. Atualmente, a maioria deles está concentrada em regiões afastadas dos grandes centros. “Noventa por cento dos principais jardins japoneses estão em Kyoto. Como ela foi a capital por mais de mil anos, atraiu muitos artistas jardineiros e também os monges budistas, muito relacionados com o jardim zen como prática de meditação”, afirma Kaloustian.
A palestra foi organizada pela JB2S e Do Cultural |
Em seguida, o palestrante abordou temas como perspectiva e percepção do espaço na apreciação dos jardins. Por exemplo, muitos jardins utilizam a técnica da “paisagem emprestada”, em que a paisagem interna do jardim se funde com a exterior, que pode ser uma montanha ou uma floresta, por exemplo.
Kaloustian destacou o papel do jardim na cerimônia do chá, em que um passeio precede a degustação propriamente dita. Durante o caminho do jardim até a sala onde realizar-se-á a cerimônia, o piso é propositalmente instável para que a pessoa seja obrigada a olhar para o chão; quando ela puder levantar novamente os olhos, poderá ver uma paisagem composta especialmente para tal momento.
No término de cada sessão, que aconteceram às 15:00, 17:00 e 19:00, Kaloustian conversou com os participantes e autografou livros
Jardim Japonês = 日本庭園 ( Nippon teien )
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