Por Folhapress
A Alemanha está prestes a anunciar plano para pôr fim definitivo ao uso de energia nuclear até 2022, no que está sendo chamado no país de uma "virada energética''. Cerca de 22% da energia produzida no país é de origem nuclear. A mudança começou a ser discutida após o acidente nuclear no Japão.
Na época, a chanceler (premiê) Angela Merkel ordenou que as sete usinas mais antigas tivessem atividades congeladas por três meses -a moratória vence em 15 de junho. Determinou ainda a criação de duas comissões para avaliar instalações e políticas nucleares. Com base nos resultados, o gabinete apresentará a nova regulação energética, o que deve ocorrer na primeira semana de junho.
Trata-se de uma reversão da posição da chanceler. Em 2010, após acalorado debate, seu governo decidira prolongar a vida útil das usinas mais antigas. Agora, pesou-lhe o temor de derrota nas próximas eleições estaduais. Em março, após o desastre no Japão, Merkel perdeu o pleito em Baden-Württemberg, que seu partido vinha governando desde 1953.
A Comissão Ética divulgará na próxima semana suas recomendações. Mas um rascunho do relatório que vazou recomenda o abandono da energia nuclear em dez anos. Já a Comissão de Segurança dos Reatores, após avaliação das 17 usinas, concluiu que, embora não resistam à queda de um avião de grande porte, a situação é boa.
"A decisão é importante. Mas outras medidas,como expandir a energia renovável, são necessárias'', diz Hans-Joachim Ziesing, analista do Instituto Ecológico, que participa das discussões. Especialistas estimam que será necessário impulso sem precedente para tornar os recursos renováveis suficientes. E questionam o aumento da participação do gás natural e do carvão no perfil energético, o que resultaria em uma Alemanha "mais suja''.
Nenhum comentário:
Postar um comentário